segunda-feira, outubro 08, 2007

Primeiro parque de ondas do Mundo


Portugal vai ter o “primeiro parque de ondas do Mundo”, com vista à produção de energia , situado ao largo da praia da Aguçadoura, a quinze quilómetros a norte da Póvoa de Varzim. Trata-se de uma tecnologia escocesa, que pode tornar Portugal num dos líderes mundiais no aproveitamento energético do movimento das ondas.

A inauguração, que foi adiada para data a anunciar, deveria ter acontecido no dia 3 de Outubro.

Nos estaleiros navais de Peniche uma equipa de trinta elementos realizou a montagem das primeiras três máquinas.

Essencialmente tratam-se de grandes tubos semi-flutuantes de 30 metros, ligados entre si por uma articulação móvel e colocados em série na transversal das ondas. Estas fazem mover um tubo de cada vez, que impele um fluido hidráulico, numa movimentação energética suficiente para accionar geradores hidráulicos de electricidade. É um óleo a alta pressão que acciona motores hidráulicos, os quais fornecem a energia mecânica a geradores eléctricos.

Cada máquina Pelamis(que significa cobra marinha em Latim) mede aproximadamente 140 metros de comprimento, tendo 3,5 metros de diâmetro. Pesa 700 toneladas e fica distanciada das outras a cerca de 225 metros.

Os três dispositivos vão ser instalados a cinco quilómetros da costa, prevendo-se que até ao final do ano já terão capacidade para uma produção média anual de sete gigawatts por hora, capaz de suprir as necessidades de mais de 1500 residências, o equivalente a cerca de seis mil habitantes.

Em 2008, quando estiver concretizada a segunda fase, conta-se que estejam instaladas 28 máquinas produtoras de 20 megawatts, num investimento que rondará os 70 milhões de euros.
Luís Gato, professor associado do departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico (IST), afirma que Portugal dispõe de «condições muito boas» para o desenvolvimento da energia das ondas e das marés, «temos uma costa com exposição, uma rede eléctrica forte junto à costa, estaleiros navais e tradição marítima», salientou.

Contudo, disse, a energia das ondas e das marés «oferece bastantes riscos», já que, além de não permitir a acumulação, como é típico das energias renováveis, implica a colocação de tecnologia longe da costa, num «ambiente hostil».

Portugal tem um potencial energético correspondente a 250 quilómetros da costa ocidental portuguesa, onde poderão ser instalados cerca de 5 gigawatts (GW) de potência, com um mercado associado de 5 mil milhões de euros.

1 comentário:

Sara SC disse...

Existe também outro projecto de aproveitamento da energia das ondas a ser desenvolvido no molhe da Foz do Douro, no Porto mas não se sabe ainda para quando estará prevista a inauguração.

Em Abril passado foi criado um grupo de trabalho com o objectivo de definir uma zona piloto para o desenvolvimento deste tipo de projectos e para criar os instrumentos legais necessários para os respectivos processos de licenciamento. Existem já várias empresas interessadas em explorar este tipo de infraestruturas e creio que assim que saírem os resultados do grupo de trabalho vão começar a surgir vários projectos nesta área.